Na Residência Mendonça Monteiro
Todos se queixam de não ter dinheiro
Isto é que é uma malta porreira
Recebe a bolsa vai pra bebedeira
Chegam os caloiros tão inocentes
Passados minutos sentem-se doentes
Ou pagam uns copos sem fazer alaridos
Ou podem estar certos que estão bem f....
Esta é a selecção do digno bolseiro
Não queremos merda na Mendonça Monteiro
É preciso ter tomates além de ser carente
Este é o perfil do bom residente.
Este é um texto em vários episódios que aborda numa perspectiva histórica o tema da tolerância religiosa.
Trata-se da recolha para o suporte escrito da tradição oral da memória RUMMie e deverá ser acrescentado por todos aqueles que tendo assistido aos momentos históricos deles queiram fazer eco às gerações futuras.
“Naquele tempo disse Jesus a Mateus:
-Desce do comboio e vem-me encher os pneus! “
(do Livro de Mecânica)
Muitos anos antes...
... E o Senhor disse: Faça-se o Mundo – enquanto escrevia Arouca naquela que viria a ser a primeira placa toponímica da nova era. E aí que tudo começou.
Escolheu então um rapaz jeitoso a quem atribuiu a importante missão de mostrar o caminho da luz aos bárbaros. Nesse tempo as acções da EDP não tinham ainda iniciado a sua trajectória descendente.
Disse-lhe: - Deixa a tua terra, a tua família, leva o rádio e vai para o local que eu te indicar. A tua missão será mostrar aos selvagens a boa nova (98.9 fm).
O caminho era árduo. Para mais havia ainda dois troços de auto-estrada por inaugurar. Em desespero Moisés Arouca, o profeta escolhido, pediu auxílio ao Senhor: Mestre não dou com a estrada!
A resposta veio pronta, na forma de uma raspadinha dos pontos de combustível. Saiu-lhe então um mapa e duas tábuas. Uma era um bónus de combustível e outra trazia um resumo da lei editado pelas Selecções do Redear’s Digest.
A partir daí tudo seria fácil, pensou o profeta.
E na verdade, ao fim de uns acelerados 40 anos lá chegou ele ao centro bárbaro para onde desaguaram os povos que mais tarde viriam a ser, em conjunto, designados por Mouros. Genericamente a Moirama corresponde aquela parcela de território que vai desde a Vieira de Leiria até ao extremo sul do continente africano. A sua identidade civilizacional era muito forte. Apesar de pequenas diferenças morfológicas e da extensão do território unia-os um culto secular que consistia em acariciar o interior do esfíncter anal com um rolo de carne em estado de tensão.
Pois bem, chegado à terra de destino, Moisés ligou o rádio e andou de porta em porta a mostrar o resumo da lei alternando com músicas do Marco Paulo. E andou nisto muitos anos. Pelo meio constituiu família e montou um negócio de joalharia a partir dos ofertas que lhe faziam de joelhos os mouros instruídos pela lei.
Daí deriva o nome Judeu, contracção de “de joelhos deu”.
Pela morte de Moisés - o Judeu - tomou conta da empreitada seu filho António, que herdou o nome Arouca – o Judeu.
Eis que nesse tempo chega à moirama um Senhor Santo Cristo, o da terceira. O seu nome para efeitos de registo na moirama viria a ser alterado para Al Cunha. Trazia consigo a missão de renovar a lei. Além de um rádio melhor, fazia-se acompanhar de duas parteneres: Judas Goulart e Hildeberto Tomé.
(continua...)
PS. A continuação deste texto é de responsabilidade de todos os RUMMies que queiram contribuir com os momentos da sua memória.